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Folha do Jalapão

Paulo Vieira vai investir em Educação no Jalapão

Postado em 09/04/2019

Com sua carreira em ascensão, o humorista, apresentador e cantor, Paulo Vieira, 26, decidiu colocar a sua inquietude para trabalhar onde permanecem suas raízes: no Tocantins. Atualmente morando em São Paulo, ele faz parte da grade da Rede Globo após trabalhar por cerca de dois anos como comentarista no Programa do Porchat, da Record. No ano passado ele resolveu investir em um empreendimento de turismo no Jalapão.

Entrevistamos Paulo Vieira durante suas férias em Palmas, no mês de março, e ele contou quais são os planos que impactarão a região com a sua agência de viagens, a Viva Jalapão.


“O nome da empresa foi escolhido com propósito de viva o Jalapão de todas as maneiras. No sentido de ‘viva. Oba!’ No sentido de ‘fique vivo, Jalapão’, e no sentido de ‘viver o Jalapão e mergulhar em sua cultura’”, descreve Paulo, orgulhoso da sua agência.


De acordo com o humorista, ele resolveu criar a empresa após notar uma carência muito grande na região de ações que sejam contínuas e que tragam transformações positivas para a vida das pessoas. “Desde que eu comecei a frequentar o Jalapão, eu notei uma carência muito grande na região. E mais do que isso, conforme eu fui aparecendo na televisão, toda vez que eu voltava para o Jalapão, as pessoas falavam coisas do tipo: ‘representa a gente’, ‘ajuda a gente’, ‘fala com deputados’, ‘a gente está muito esquecido’. Isso é uma coisa que eu escuto muito quando vou para lá”, contou Paulo Vieira.


“Eu nunca pensei em investir nessa coisa de turismo. Nunca foi uma vontade minha. Mas eu sempre quis investir no Tocantins, em empreendimentos que mostrasse o meu amor por essa terra e que mostrasse o meu engajamento em transformar o lugar de onde eu vim num lugar melhor, com mais cultura, mais arte e educação”, afirmou o humorista ao Folha do Jalapão.

Educação


“Sempre que chegava alguma demanda, eu tentava ajudar, fazendo algum link com políticos que eu conhecia. Fazendo campanhas. Mas eu vi, especialmente depois do ano passado, que esse engajamento por influência é muito fácil de acabar. Por exemplo: precisa do conserto de uma ambulância, daí eu vou e falo com pessoas, posto na internet. Mas depois a ambulância vai quebrar de novo, sabe. Acaba sendo um trabalho que não tem uma raiz profunda na mudança da região. Então, cada vez mais, eu me toquei que o grande volante na mudança de caminho de um povo é a educação”, chega Paulo ao X da questão sobre o porquê de escolher o Jalapão para abrir seu primeiro empreendimento.


“Eu pensei: é preciso investir na educação do Estado. É preciso investir na Educação do Jalapão. Especialmente levando em conta que o Jalapão tem uma das maiores taxas de analfabetismo do Tocantins”, diz Paulo.


“Como fazer isso? Foi a partir dessa necessidade que veio a Viva Jalapão. Não foi uma vontade de trabalhar com turismo que gerou a empresa. Foi uma vontade de mudar a região, de melhorar a educação. Porque eu pensei: como é que eu vou pagar isso? Daí criei a empresa. Parte do nosso pacote (de 15 a 20%) a gente destina para uma conta que será usada para investir em educação”, afirma o jovem.

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Sonho


Segundo Paulo Vieira, a partir do mês de junho deste ano, sua equipe já começa a movimentação para criar a escola, que inicialmente será para ensinar inglês às pessoas da região. “Começamos uma conversa com o pessoal do Mumbuca. Porque também tem isso, saber se interessa para a comunidade uma escola lá. A gente está nesse processo de ouvir as pessoas, saber se eles querem. Se não quiserem, a gente vai para Mateiros”, diz Vieira sobre a implementação do projeto social.
“Nossa ideia é trabalhar especialmente com uma escola de Inglês, porque o Jalapão cada vez mais vai ser internacional e é muito importante que as crianças, as pessoas de lá saibam se comunicar com o público que está indo lá. Porque gente nota que o Jalapão tem tido um tipo de turista quase que extrativista. Ele vai lá, usufrui dos pontos turísticos, vê e vai embora. Ele não necessariamente troca com a população do Jalapão. Então para melhorar essa troca é que a gente queria fazer essa escola de Inglês”, pondera.

Economia


O projeto, de acordo com Paulo Vieira, deve gerar também mais poder de negociação para os produtores locais. Ele afirma que com o inglês, muitas portas serão abertas e as pessoas terão noção da grandiosidade do lugar onde vivem. “Acho que realmente vamos calçar a população dessa informação e desse embasamento para que ela possa caminhar por conta própria. Para que outras iniciativas surjam”, aponta.


Sobre a competitividade com outras empresas, Paulo afirma que a ideia é mesmo “incomodar para que quem explora o Jalapão pense o que está fazendo pela região”. Nas falas dele, tem agência que simplesmente vai lá, leva o turista, pega o dinheiro e vai embora, sem agregar valor à região.
“A Viva Jalapão é um meio que a gente encontrou para estabelecer essa comunicação e viabilizar aquilo que a gente acredita que é uma melhoria para o lugar”, reitera o artista empreendedor.

Receptividade


“O que mais empolgou o pessoal lá foi essa bandeira da Educação. O povo do Jalapão ama ser divulgado e todo mundo ama que divulgue o Jalapão. Mas eu acho que esse diferencial fez pensarem que podem ter a vida mudada de alguma maneira, com a possibilidade de colocar os filhos no inglês, por exemplo”, justifica Paulo.


Com a iniciativa socioeducativa, Paulo acredita que o Jalapão pode receber inúmeros benefícios, como mais atrações, festivais e um turismo mais sustentável. Ele disse ainda que já recebeu o contato de várias pessoas, dentre voluntários, pesquisadores e até empresários que querem contribuir com o projeto.

A missão sustentável da empresa

“A gente pensa muito na questão ambiental. Vamos colocar mais carros no Jalapão? Nosso pensamento sempre foi fortalecer o que já tem. Por exemplo, nosso operacional todo é feito por uma empresa que já fazia o Jalapão. Então a gente cresceu essa empresa. Pegamos motoristas, guias que já fazem o Jalapão, acrescentamos ao pacote pousadas que já existem lá. A nossa ideia é sempre agregar e fortalecer o que já tem, não colocar mais coisas no Jalapão”, enfatiza Paulo.


“Temos sete pessoas trabalhando diretamente na empresa. Somos uma equipe enxuta, mas indiretamente esse leque abre. Trabalhamos com cinco pousadas no Jalapão, com os meninos do rafting. Quando nossos carros lotam, a gente começa a perguntar a agências parceiras como é que eles estão, se podem atender junto com a gente naquele dia”, explica.


“Então nossa visão é nesse sentido, de ser colaborativa e de realmente nos engajar naquilo que a gente se propõe. Como a gente tem essa questão educacional, vamos começar engajar agora as nossas redes no combate ao plástico, que é o grande inimigo da água”, acrescenta Paulo Vieira.


“Mais importante do que levantar a bandeira é ser a bandeira. Então, mais importante do que postar no nosso instagram é a gente ser essa empresa que recicla 100% do nosso plástico. Mais importante do que ser essa empresa, é a gente mesmo diminuir o nosso plástico, na nossa vida pessoal”, finaliza o humorista.

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