Festa da Colheita do Capim-Dourado começa nesta sexta, 12, no quilombo Mumbuca

por Jornal Folha do Jalapao — 11/09/2025 às 10:21 — em Cidades, Destaques

Três dias de programação celebram os saberes quilombolas com música, cavalgada, desfile, teatro, demonstração da colheita e gastronomia, no coração do Jalapão.

Chegou a hora da festividade mais marcante do povoado Mumbuca. Entre os dias 12 e 14 de setembro, a comunidade quilombola situada na região do Jalapão celebra a tradicional Festa da Colheita do Capim-Dourado, um dos eventos culturais mais importantes do Tocantins.

Com uma programação que valoriza a ancestralidade e a riqueza cultural do cerrado, a festa reúne viola de buriti, artesanato, cavalgada, gastronomia típica, teatro, vivências, futebol, desfile e a demonstração da colheita em campo — momento simbólico que representa o início do ciclo de produção do capim-dourado, matéria-prima do artesanato local.

O evento conta com a participação de comunidades vizinhas e atrai turistas de diversas partes do estado e do país, promovendo a valorização da cultura quilombola local e incentivando o turismo sustentável. A programação conta com apoio do Governo do Tocantins, Energisa, Sebrae, Associação da Mumbuca e da Prefeitura de Mateiros, responsáveis por fomentar a agenda artística e estrutural da festividade.

Programação – 1º dia (12/09)

A programação tem início já nas primeiras horas da manhã. Às 6h30, moradores, convidados e visitantes são recebidos com um café da manhã coletivo, marcando a abertura simbólica da festa. Às 8h30, a Casa da Cultura sedia a cerimônia oficial de abertura, organizada pela Escola Estadual Silvério Ribeiro de Matos, com exposição de objetos confeccionados por estudantes, professores e mestres da comunidade, dentro do projeto Escola no Quilombo.

O almoço coletivo será servido ao meio-dia, abrindo espaço para um dos momentos centrais do dia: a Mesa Dourada, que acontece das 14h às 18h, reunindo apresentações culturais e falas institucionais de representantes da educação, cultura, turismo, meio ambiente e de organizações parceiras.

O primeiro tempo da Mesa contará com a participação das escolas locais, como a Escola Estadual Sagrado Coração de Jesus, além da apresentação do projeto Energia para Crescer, da Energisa, e contribuições do Sebrae Tocantins, Naturatins, e da Secretaria Municipal de Turismo de Mateiros.

Na segunda parte, grupos de música locais se apresentam, seguidos por falas da Secretaria Estadual da Cultura, Secretaria dos Povos Originários e Tradicionais, IPHAN, Secretaria da Igualdade Racial, entre outras pastas estaduais que atuam diretamente no apoio às comunidades quilombolas.

Encerrando a mesa, o terceiro tempo será dedicado à educação e à pesquisa. Participam representantes da SEDUC, UFT, IFTO e UFNT, com apresentações de projetos voltados à educação quilombola, ensino superior e valorização da cultura local, como os estudos sobre a tradicional viola de buriti.

Ao final da tarde, entre 17h30 e 18h30, será servido o jantar coletivo. Às 19h, a comunidade se reúne para o Culto de Gratidão a Deus, sob a direção da Congregação Mumbuca, com participação das cantoras Miran Alves e Ana Lúcia, e pregação do pastor Adailton Almeida.

A noite segue com a tradicional feirinha gastronômica, que funcionará durante todos os dias do evento, e culmina na fogueira com cantorias e brincadeiras tradicionais, a partir da meia-noite, no Cantinho da Viola. Por lá, café, mandioca e batata doce no borralho aquecem os participantes em uma roda de memória, música e afeto.

Programação – 2º dia (13/09)

O segundo dia da Festa da Colheita do Capim-Dourado começa novamente com o café da manhã coletivo, das 6h30 às 7h30, reunindo moradores, visitantes e convidados em um momento de partilha e convivência.

Às 8h30, a Casa da Cultura, em parceria com a Escola Estadual Silvério Ribeiro de Matos, retoma as atividades do projeto Escola no Quilombo, promovendo vivências culturais que envolvem alunos, professores e a comunidade local. Logo em seguida, às 9h, acontece a chegada da aguardada Cavalgada Dourada, que percorre as trilhas da região até Mumbuca, trazendo ritmo, tradição e beleza à festa.

O almoço coletivo será servido ao meio-dia, seguido por mais uma edição da Mesa Dourada, com destaque para apresentações de grupos de música local e o painel “Turismo Sustentável: Compartilhando Experiências”, com falas de Ilana Cardoso, Sirlene Matos, Marijane Ribeiro e convidados. O momento é aberto à participação de todas as agências de turismo da região, promovendo diálogo e fortalecimento da relação entre as vivências locais e o ecoturismo consciente.

Durante a tarde, visitantes também poderão acompanhar as vivências na Casa da Cultura com as Meninas do Mumbuca, que compartilham saberes, fazeres e histórias da tradição artesanal quilombola.

Das 15h às 17h, a comunidade se reúne em torno da Copa da Colheita, um torneio de futebol que movimenta atletas locais nas categorias masculina e feminina, promovendo integração e lazer.

Entre 17h30 e 18h30, é servido o jantar coletivo. Em seguida, às 19h, acontece o momento de agradecimentos aos parceiros da festa, com pronunciamentos de autoridades e lideranças que apoiam a realização do evento.

A partir das 20h, o palco se abre para a tão esperada Noite Cultural, com apresentações que exaltam a identidade do povoado. A programação inclui o espetáculo teatral “Encenando a Tradição”, seguido do Desfile da Garota Capim-Dourado e do Desfile das Artesãs e Artesãos, em uma celebração da beleza, da arte e do saber popular.

A noite segue embalada por shows musicais com artistas que representam o coração sonoro do Tocantins: Dona Santinha, Arnon & Horley (Viola de Buriti), Dedo de Ouro, Adão Ribeiro, Nissim & Hemensson, Dorivã, entre outros talentos que compõem a trilha sonora da região.

Encerrando o segundo dia, à meia-noite, os participantes se reúnem novamente no Cantinho da Viola para mais uma noite de fogueira com cantorias e brincadeiras tradicionais. Chá, café, mandioca e batata doce assadas no borralho aquecem a madrugada em clima de memória, afeto e celebração comunitária.

Programação – 3º dia (14/09)

O último dia da Festa da Colheita do Capim-Dourado começa com o já tradicional café da manhã coletivo, das 6h30 às 7h30. Às 8h, ocorre um dos momentos mais simbólicos e esperados do evento: a colheita demonstrativa do capim-dourado, realizada em campo aberto. A atividade representa o ponto central da festa, conectando o saber ancestral à prática tradicional do manejo sustentável, pilar da cultura artesanal de Mumbuca.

Ao meio-dia, a comunidade e os visitantes se reúnem para o almoço coletivo, seguido de um tempo livre à tarde, dedicado ao descanso, à convivência e à contemplação do território.

Encerramento

Com três dias de celebração, arte, memória e partilha, a Festa da Colheita do Capim-Dourado reafirma seu papel como um dos eventos culturais mais significativos do Jalapão e do Tocantins. Ao valorizar os saberes quilombolas, fortalecer os laços entre as comunidades e abrir espaço para o diálogo entre tradição e futuro, Mumbuca se transforma, mais uma vez, em palco de resistência, beleza e pertencimento.

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