Aparecida do Rio Negro perde um de seus fundadores, Carlindo Vieira da Rocha, aos 93 anos

O município perde um dos pilares de sua história; Seu Carlindo ajudou a transformar o antigo Meira Matos no município que hoje acolhe gerações de aparecidenses

Aparecida do Rio Negro vive um dia de profunda comoção com a morte de Carlindo Vieira da Rocha, aos 93 anos, um dos pioneiros e fundadores da região. Figura central na formação da comunidade, Seu Carlindo deixou uma marca indelével na história local por meio de seu trabalho incansável, seu espírito acolhedor e sua contribuição direta para o desenvolvimento do município.

O pioneiro chegou à então região de Troca Tapa (município de Tocantínia) em 1956, quando tinha apenas 24 anos, trazendo consigo pouco mais do que a determinação de construir uma vida digna. Recebeu um pequeno pedaço de terra, onde passou a cultivar arroz para vender em Tocantínia. Foi dessa coragem diária, aliada ao trabalho árduo, que nasceu a trajetória que o levaria a adquirir a Fazenda Poço Azul, hoje símbolo da força e da história de sua família.

Além de agricultor, produtor de rapadura e mel de cana, e desbravador incansável, Seu Carlindo ficou conhecido como um dos primeiros anfitriões da região, organizando bailes e festas que entraram para a memória cultural de Aparecida. Iluminadas apenas por lamparinas estrategicamente posicionadas na pista improvisada em sua casa, essas reuniões promoviam encontros, uniam famílias e criavam laços que ajudariam a moldar a identidade da comunidade.

Seu Carlindo ajudou a construir Aparecida do Rio Negro, onde sua casa funcionou como escola, igreja e salão de festa. Por centenas de vezes, ele se juntou aos pedreiros para fazer os adobes que ergueram as paredes da primeira igreja, localizada na Praça José Eurico Costa, no centro da cidade. Para acolher o povo que chegava à região, então conhecida como Meira Matos, ele também doava pedaços de sua fazenda, criando os primeiros lotes que, pouco a pouco, deram origem ao município de Aparecida do Rio Negro.

Família, fé e simplicidade

Companheiro dedicado, Seu Carlindo era esposo de Dona Eva Duarte da Rocha, com quem construiu uma família numerosa e unida. Ele deixa oito filhos, além de netos, bisnetos e um grande círculo de amigos e admiradores.

A despedida

Seu Carlindo faleceu em decorrência de um AVC cerebral, no Hospital Geral de Palmas, na manhã desta quinta-feira, 20 de novembro de 2025.
O velório acontece na Fazenda Poço Azul, local que representa sua história e seu legado. O sepultamento está marcado para às 9h, no cemitério de Aparecida do Rio Negro, onde ele descansará definitivamente na terra que ajudou a construir.

Legado eterno

A perda de Seu Carlindo deixa um vazio profundo em Aparecida do Rio Negro, mas o legado que ele plantou — de coragem, esforço, generosidade e amor pela comunidade — continuará ecoando por muitas gerações.

Homem simples, querido e essencial na formação da cidade, Carlindo Vieira da Rocha é lembrado não apenas como fundador, mas como parte viva da alma aparecidense.

Nota de pesar do município

O prefeito de Aparecida do Rio Negro, Deusimar Amorim, emitiu nota de pesar lamentando profundamente a morte de Carlindo Vieira da Rocha. No comunicado, o gestor destacou a importância histórica do pioneiro para a formação do município, ressaltando sua dedicação, generosidade e o papel fundamental que desempenhou na construção da comunidade. O prefeito também se solidarizou com familiares e amigos, afirmando que a memória e o legado deixados por Seu Carlindo permanecerão vivos na história de Aparecida do Rio Negro.

Solidariedade do Jornal Folha do Jalapão

O Jornal Folha do Jalapão também se solidariza com toda a família e amigos de Carlindo Vieira da Rocha. Ao longo dos anos, Seu Carlindo foi personagem importante em nossas páginas, onde tivemos a honra de registrar sua trajetória, sua força e sua contribuição para a história de Aparecida do Rio Negro. Guardamos com orgulho cada relato compartilhado e reiteramos nosso respeito e gratidão a esse grande pioneiro que ajudou a construir as bases da comunidade.