BODAS DE OURO: Raimundo Campos e Dona Iraci comemoram história de amor e companheirismo

por Wenina — 07/08/2023 às 22:28 — em Cidades, Destaques, Sem categoria

Com meio século de história, o casal celebrou Bodas de Ouro em 8 de julho, comemorando uma trajetória embasada no amor, fé e dedicação à família. A festa no município de Rio Sono reuniu os cinco filhos, 22 netos e quatro bisnetos, além de amigos e familiares

Completar 50 anos de casamento é uma dádiva que poucos casais conseguem celebrar: as bodas de ouro. Fazer esta trajetória exige mais que amor, mas também o respeito, carinho, dedicação, atenção, cuidado e muitos outros aspectos essenciais para a vida a dois. Essas são palavras presentes diariamente na vida de dona Iraci Guimarães e seu Raimundo Campos, que tiveram a alegria e a emoção de comemorar 50 anos de casados junto à família e amigos no município de Rio Sono.

Uma vida inteira que se consome em puro amor um pelo outro, e agora, também voltado aos filhos, netos e bisnetos que ao longo do tempo encheram a casa de alegria. A dedicação de dona Iraci à família fez com que o casal se tornasse referência no que diz respeito à fé, união, amor, carinho, e também na prestação de serviços concretos à comunidade.

50 anos estão entre o dia 8 de julho de 1973 e o dia 8 de julho de 2023. Neste período uma história de vidas e comunhão se passou. A mesma igreja em Rio Sono foi a escolhida para renovar os votos do casal, mas agora com uma diferença: a maior parte dos convidados foi composta por filhos, netos e bisnetos que nasceram ao longo desta caminhada e são frutos de um amor que supera tudo.

Bodas

Foi na mesma igreja e ao som da mesma canção que dona Iraci e seu Raimundo selaram novamente a união e reforçaram os votos de amor no altar de Deus. O vestido usado por ela no casamento foi diferente. Agora com outra nuance, mas no coração o sentimento permaneceu: gratidão por uma vida de fé e amor ao lado do esposo.

Para dona Iraci, seu Raimundo segue sendo um homem exemplar. Centrado em ser o alicerce da família, ao entrar na igreja olhando uma nova geração que foi fruto deste amor, ele não conteve a emoção.

“Uma benção de Deus, tudo veio à memória, desde quando começou e fomos administrando nossa vida com diálogo, paciência. Isso representa superação, a gente olha e vê tantas dificuldades, muitas batalhas vencidas. Quando nos conhecemos, a gente foi convivendo, toda vida a achei bonita, inteligente, tinha medo de casar e não combinar, mas tinha que começar uma vida de igual pra igual. Nos identificamos, não era paixão, porque paixão acaba, era amor, porque o amor permanece”, comentou Seu Raimundo, que não esconde que até hoje o sentimento continua o mesmo, só que agora mais maduro. 

A união deste casal não uniu apenas uma família, mas propósitos alicerçados na família, fé, amor ao próximo, valores. Católica e sempre buscando se dedicar a Deus, à igreja e fomentar os valores cristãos, dona Iraci também teve grandes emoções ao reviver um momento inesquecível que foi seu casamento, 50 anos depois.

“Nesses 50 anos a palavra que define o nosso relacionamento é honestidade. Entrar na igreja pela segunda vez de branco foi emocionante, até mais do que a primeira vez. Agora quem entrou primeiro foram nossos filhos, noras e netos, madrinhas. O canto de entrada foi o mesmo que o casamento, entrando na Casa do Senhor para agradecer a Deus, que sustentou o nosso relacionamento. Pude ver a bondade de Deus”, disse ela, que com a mesma emoção disse sim novamente a seu Raimundo.

O primeiro casamento foi em uma tarde de domingo, celebrada pelo padre Ricardo Delalmuty e com poucos convidados. Já a renovação dos votos foi no sábado pela manhã. A família demonstrou união ao organizar uma festa linda, em que os filhos, genros, noras, netos e bisnetos também entraram na igreja e fizeram homenagens.  A recepção para os convidados foi na chácara Carreira Comprida, onde foi servido almoço e tudo organizado para homenagear o casal, com direito a bolo e a dança da valsa.

Na igreja, o momento mais marcante para seu Raimundo foi quando pôde visualizar a família construída pelos dois, alicerçada no amor e na fé. “Foi uma festa bem maior, agora com filhos e netos, choramos de emoção agradecidos. Eu considero a Iraci como uma flor que brotou vários filhos, netos, bisnetos, se multiplicou e eu fiz parte sendo um pólen. Tivemos a preocupação de trazer para a festa as pessoas que fizeram parte da nossa vida, compadres, afilhados, isso é muito importante”, declarou.

Já dona Iraci conta que na igreja o momento mais emocionante foi a hora do salmo, que falava da bondade de Deus para quem é fiel. Outros momentos marcantes para ela foi a comunhão e a consagração à Nossa Senhora. “Tivemos o diferencial do primeiro casamento para o segundo, com filhos e netos, um novo público gerado por nós dois. No ofertório oferecemos a nossa luta, os netos levaram ao altar itens que representam símbolos do nosso trabalho executado no município para a população, nosso serviço prestado na igreja e o pão que nos sustenta a cada dia. No novo juramento fizemos ainda com mais comprometimento”, disse.

Muitas homenagens marcaram a celebração de renovação dos votos que foi presidida pelo padre Hector Veloso. A família fez um documentário sobre o casal, como forma de homenagem. Dona Iraci declara o carinho pela família que se desdobrou para realizar o evento. A valsa foi um momento marcante, à sombra das árvores, como se fosse a primeira vez.  “Houve a contribuição de todos os filhos para a realização da celebração. Queremos agradecer a todos que compareceram, pessoas que nos ajudaram em nossa casa, afilhados, amigos, fiquei realizada com esta festa e com a dedicação das pessoas que não mediram esforços para estar conosco”, ressalta dona Iraci.

Amor e companheirismo

Meio século de história não se constrói da noite para o dia. A receita para o sucesso vem de três palavras: amor, respeito e responsabilidade. “Em nossa convivência, o que mais marcou foi o equilíbrio. Isso é algo que sempre buscamos ter. Já demos o nosso máximo e continuamos mantendo o compromisso um com o outro. Tudo tem importância, amor, respeito e responsabilidade baseiam o relacionamento e tem o mesmo peso”, comenta seu Raimundo, que brinca ao frisar que os planos agora são para uma viagem de lua de mel.

Dona Iraci demonstra cada vez mais a vontade de se dedicar à espiritualidade. Ela faz questão de sempre reforçar que é essencial buscar a Deus para que o casamento tenha êxito.

“O conselho que eu daria para os novos casamentos é ter como primeiro ponto buscar a Deus, pois com Ele se supera tudo. O amor é muito mais que o sentimento, tem que ter paciência, perdão, carinho, respeito. A gente se respeita muito, não tem ciúme, valoriza o outro. Ninguém casa com um anjo, a gente casa com um ser humano, e todo ser humano tem qualidades e defeitos. Para mim neste tempo o amadurecimento dele foi grande na parte espiritual ao longo desses anos. O casamento precisa ter a busca constante de Deus, uma das dificuldades que sinto até hoje é para que todos os filhos e pessoas que a gente gosta descubram esse caminho”, ressalta dona Iraci.

Meio século depois, para ela a escolha seria a mesma se fosse hoje. “Não teria outra pessoa melhor para ser meu companheiro, ele tem um temperamento forte, mas é o jeito dele, uma pessoa muito humana, honesto, direito. Ele é meu companheiro, sempre pronto para a igreja, na alegria e na tristeza. Escolheria ele novamente. Ele é muito organizado e a nossa vida é muito boa”, comenta.

Hoje os frutos desta história celebram a família que foi construída em torno do amor de seu Raimundo e dona Iraci. Os filhos Railson, José, Iara, Roberto, Ionara, além dos 22 netos e quatro bisnetos são o maior tesouro do casal. “Eles representam tudo na minha vida, não tenho palavras para descrever, todos são muito humanos, tem um coração grande. São um presente de Deus”, ressalta dona Iraci.

História

Os 50 anos de matrimônio de dona Iraci e seu Raimundo começaram com encontros e desencontros. Seu Raimundo Campos, 80 anos, é filho de José Ferreira Campos e Inês Arruda Campos. Ele teve a infância e juventude nas fazendas onde seus pais exerciam a profissão de vaqueiro. A última foi a Fazenda Carreira Comprida, de propriedade da família. Em 1961 ele serviu o exército de tiro de guerra em Pedro Afonso, e posteriormente concluiu os estudos em 1969.

Dona Iraci Guimarães Campos, 72 anos, é filha de Joselina Neres Guimarães e nasceu na Fazenda Brejo da Vaca, nas margens do Ribeirão Monte Santo, em Lizarda. Devido às dificuldades encontradas naquela época, o tio de dona Iraci, Zezinho, trouxe a família para residir no povoado de Novo Acordo, atualmente conhecido como Novo Horizonte. Aos sete anos de idade Iraci perdeu sua mãe, e a partir dai passou a morar com sua irmã Alzira, em Novo Acordo.

Quando viva, a mãe de dona Iraci fez um pedido ao seu sobrinho Salomão Neres, para que criasse a filha, caso um dia ela viesse a faltar. Em 1962, quando seu primo Salomão se casou e Iraci passou a residir com a família no povoado Barra do Rio, atualmente a cidade de Rio Sono. Em 1965 ela prosseguiu os estudos em Pedro Afonso, onde permaneceu até concluir o ensino fundamental em 1970.

Os dois se encontraram pela primeira vez em 1966 em Pedro Afonso. Ela chegava na residência do senhor Alcides Bezerra quando avistou o rapaz simpático, que na ocasião trabalhava e residia naquela casa. Assim que Raimundo Campos concluiu os estudos em Pedro Afonso recebeu o convite do prefeito de Lizarda, Altamir Alves Bezerra para trabalhar na junta de serviço militar.

Em 1972 seu Raimundo passou a atuar em Rio Sono como professor e diretor. Iraci, assim que retornou de Pedro Afonso iniciou sua jornada profissional no Banco do Livro, assumindo também a Secretaria Municipal de Educação de Lizarda. Em 1972 foi contratada para trabalhar no Colégio Estadual de Rio Sono, localizado no Povoado Barra do Rio, oportunidade em que eles voltaram a se encontrar, agora residindo e trabalhando no mesmo colégio, o que tornou favorável uma maior conexão entre ambos.

Em uma das tradicionais festas de fim de ano na casa de dona Noca, seu Raimundo Campos convidou dona Iraci para dançar, dando início a uma conversa que impulsionou outro encontros frequentes, incluindo os ensaios de carnaval organizados pelo senhor Dezidério.  A partir daí iniciaram o namoro, com encontros limitados, pois sempre que seu Raimundo visitava a namorada, o tio de Iraci encontrava maneiras de limitar a conversa, sempre pedindo para preparar um chá e outros afazeres, tudo para evitar que eles ficassem muito tempo conversando.

No dia 8 de julho de 1963 foi o casamento, formando uma linda família em que nasceram cinco filhos: Railson, José, Iara, Roberto, Ionara, 22 netos e quatro bisnetos.

O casal também faz parte da vida pública e política da região. Quando o povoado foi emancipado a status de município em 1982, a população confiou a seu Raimundo a missão de governar no período de 1983 a 1988. Sua liderança pioneira contribuiu significativamente para o crescimento do município e para o bem-estar dos habitantes. Seu trabalho estabeleceu alicerces importantes pra às futuras administrações e deixou um legado de dedicação ao serviço público.

Uma figura notável na política local, Iraci também foi eleita prefeita de Rio Sono e assumiu em 1997 a 2000. Seu comprometimento com a população no primeiro mandato garantiram a reeleição para o segundo mandato de 2001 a 2004. Ao longo deste período, teve uma atuação exemplar, principalmente na Educação Municipal.

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