Tocantins - 19/04/2024 - 21:44

Folha do Jalapão

Levantamento mostra aumento de 1.800% nos casos de chikungunya no Tocantins

Postado em 05/07/2022

Dengue tem aumento de 687% e casos confirmados passam de 15 mil no estado, conforme dados do monitoramento de arboviroses da SES.

O novo levantamento da incidência de doenças causadas pelo Aedes aegypti aponta que a chikungunya teve um aumento de mais de 1.800% em todo do estado. De janeiro a junho deste ano, 1.864 pessoas contraíram a doença. No mesmo período de 2021 tinham sido apenas 94 casos, segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES).

A servidora pública Fábia Lázaro teve a doença há três meses e conta o que passou com os sintomas. “Muita febre, muita dor de cabeça. Eu tocava nos meus dedos e estava tudo dolorido. Tive que procurar o pronto-socorro, fiz exames, tomei soro e uma série de medicamentos”.

Conforme o monitoramento dos casos de chikungunya, moradores de 39 cidades do estado tiveram a doença. Somente em Palmas, são 4.259 casos notificados e 1.253 confirmados.

Dengue e zika

Também transmitida através do mosquito, a dengue teve confirmação em 15.175 pessoas em 119 cidades tocantinenses. As notificações passam de 37 mil, sendo que 9.352 estão em Palmas.

O aumento nos casos confirmados é de 687%, sendo que de janeiro a junho de 2021 houve 1.927 pacientes com a doença.

Até o momento, o estado continua com cinco óbitos confirmados por dengue, nas cidades de Carmolândia, Dois Irmãos, Dueré, Gurupi e Tocantinópolis. Também há três mortes em investigação, em Recursolândia, Silvanópolis e Tocantinópolis.

A zika é a única com redução de casos. Em 2021 foram registrados 33 pessoas com a doença e neste ano são 19 diagnósticos positivos, uma diminuição de 42% nos casos. Não há mortes ou gestantes que contraíram a zika até o momento.

Tendência de redução

Com o calor característico da estiagem a tendência nos casos das doenças causadas pelo Aedes é diminuir, pois o mosquito precisa de locais com água parada para dar andamento no ciclo de reprodução.

Apesar disso, a gerente de vigilância de arboviroses da SES Cristiane Bueno explica que o momento ainda requer cuidados. “Semanalmente nós precisamos ter esses cuidados e revisar os locais da nossa casa e locais públicos”.

Apesar da grande variação dos números de 2021 com relação a 2022, a gente diz que pode haver subnotificações, tendo em vista que as equipes estavam focadas na pandemia. “A área técnica vem fazendo esse trabalho de sensibilização com os profissionais”, reforça Cristiane.

Sequelas a longo prazo

Para quem é diagnosticado com a chikungunya, é preciso ficar atento aos sintomas, que podem trazer sequelas a longo prazo. A servidora pública Detina Araújo teve a doença no ano passado e ainda sofre com os efeitos. Ela diz que tomou medicamentos, entre eles anti-inflamatório, mas continua sentindo muitas dores.

Isso ocorre por causa conforme evolução da doença, conforme orienta o infectologista Antônio Takashi. “Um quadro que vem evoluindo com muita dor articular, associado com vermelhidão intensa, edema intenso, ou seja, muito inchado e quente pode ser uma artrite séptica”.

(G1-TO)

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