MPE quer anulação de ato que exonerou 12 delegados regionais por suspeita de perseguição política
Postado em 07/12/2018
Para promotor, exonerações ocorreram após o início de investigações de crimes contra a administração pública. Ação aponta que delegado Bruno Boaventura recebeu ligações de secretário após divulgar informações do inquérito contra irmão do deputado Olyntho Neto.
O Ministério Público iniciou uma ação pedindo que o ato do governo que exonerou 12 delegados regionais dos cargos de chefia seja anulado e os servidores reintegrados. Para o promotor Edson Azambuja, houve perseguição política por parte do Estado após pessoas ligadas ao deputado estadual Olyntho Neto (PSDB) começarem a ser investigadas pela Polícia Civil.
A ação proposta pela 9ª promotoria de Justiça de Palmas, no dia 7 de dezembro, também pede que três servidoras exoneradas da Delegacia de Crimes contra a Administração Pública voltem para os cargos. O promotor afirma que houve abuso de poder nas exonerações.
“A edição dos atos administrativos impugnados ocorreram, coincidentemente, logo após a deflagração de investigações e operações policiais de combate e repressão aos crimes contra as administrações públicas estadual e municipal.”
Entre os casos apontados pelo promotor estão a prisão de Luiz Olinto Rotoli Garcia de Oliveira, irmão do deputado Olyntho Neto, nas vésperas das eleições. Ele foi encontrado em um carro da Assembleia Legislativa transportando R$ 500 mil em uma mala.
Outra investigação apontada é sobre o lixo hospitalar encontrado em um galpão do distrito agroindustrial de Araguaína. O imóvel foi ligado ao deputado Olyntho Neto e a empresa que despejou os resíduos no local ao pai dele, o ex-juiz eleitoral e advogado João Olinto.