Naturatins realiza atividades de manejo do fogo na Cachoeira da Velha
Postado em 12/05/2020
O Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), por meio da equipe da Área de Proteção Ambiental (APA) do Jalapão, continua com ações de queimas prescritas na região. Na sexta e no sábado, 8 e 9, foram feitos aceiros, queimadas controladas e fragmentação da superfície para prevenção dos incêndios florestais na área da Cachoeira da Velha, um dos principais pontos turísticos do Estado.
O método de queima atende aos conceitos do Manejo Integrado do Fogo (MIF), que consiste em parcelar grandes áreas do bioma Cerrado, para redução do capim seco, altamente combustível, reduzindo a ocorrência de incêndios florestais durante os meses mais secos do ano.
A supervisora da APA do Jalapão, Rejane Ferreira Nunes, explica que essas ações são fundamentais para proteger as estruturas físicas da Cachoeira da Velha e da Prainha do Rio Novo, quando ocorrer o auge da seca. “As queimas foram planejadas conforme histórico de incêndios anteriores na região e imagens de satélites e validadas com mapas de combustível confeccionados pela Diretoria de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Naturatins”, explica.
Segundo o diretor de Biodiversidade e Áreas Protegidas do Naturatins, Warley Carlos Rodrigues, na APA do Jalapão, houve integração com a comunidade vizinha da Cachoeira da Velha, que é uma área do Estado, onde foi praticado o Manejo do Fogo de Base Comunitária. “Isso ocorre quando a comunidade que está no entorno da área pública é envolvida na ação e essa interação é possível porque, previamente, a equipe da APA e os brigadistas vão às propriedades e, junto com a comunidade, elaboram um calendário para uso do fogo, uma vez que é a comunidade que sabe as datas em que vão precisar usar o fogo”, informa o diretor.
Warley Carlos Rodrigues ressalta que a prevenção contra incêndios florestais está sendo possível graças ao apoio das brigadas já contratadas e treinadas em anos anteriores, o que possibilitou o início das ações com as comunidades já inscritas em tempo hábil.
Mapas de combustível
Outro ponto destacado pelo diretor é quanto à utilização de mapas de combustível, ou seja, o uso de geotecnologias para identificar as áreas disponíveis para queima. “Esses mapas dão destaque às áreas com capim seco, sendo possível a fácil visualização dos locais que precisam ser manejados”, explica.
O diretor diz também que as ações do MIF contam agora com um novo aliado, que é um drone para monitoramento, que faz avaliação da região antes e depois da queima, de maneira rápida e precisa. “Por exemplo, se fez o manejo hoje, amanhã já pode sobrevoar a área e ter uma visão do resultado e isso é bem interessante, porque podemos aplicar conceitos do MIF, lançando mão do conhecimento tradicional e também de geotecnologias para termos um pouco mais de informação sobre o fogo”, conclui.
A supervisora da APA informa que, desde o ano de 2015, foram estabelecidas 11 zonas de manejo do fogo no Jalapão e que o MIF é uma das estratégias de gestão do território. Ela lembra que a APA do Jalapão possui mais de 460 mil hectares e que as ações desenvolvidas pela gestão da área têm como objetivo ordenar o uso e a ocupação do solo no entorno do Parque Estadual do Jalapão (PEJ).
Ainda conforme a supervisora, a gestão da APA objetiva também inserir e orientar os proprietários de terras locais no desenvolvimento do ecoturismo e turismo de base comunitária. “Tudo isso, com o objetivo maior de garantir a conservação da fauna, da flora e do solo, além de proteger a qualidade das águas e fomentar o desenvolvimento regional sustentável”, reforça Rejane Ferreira Nunes.
Para que esse local permita a convivência da biodiversidade e a visitação turística em longo prazo, é necessário o manejo das áreas suscetíveis à queima sob os preceitos do MIF, realizado pela equipe da APA evitando, dessa forma, incêndios que poderiam assolar as áreas de vegetação às margens do rio, colocando em risco a vida e o ciclo reprodutivo do pato-mergulhão, nome científico Mergus octosetaceus, espécie nativa e criticamente ameaçada de extinção.
A APA do Jalapão abrange parte dos municípios de Mateiros, Ponte Alta do Tocantins e Novo Acordo, coincide como zona de amortecimento do Parque Estadual do Jalapão (PEJ). Também faz limite com a Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins e o Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba. Parte dos incêndios que atingem as UCs de Proteção Integral do Jalapão começa em propriedades inseridas na Área de Proteção Ambiental do Jalapão.