Paixão pela política e compromisso com o povo – 1993 – 1996
Postado em 28/04/2020
ESPECIAL -POR WENINA MIRANDA –
Natural de São Luís dos Montes Belos (GO), Sebastião Pinheiro Maciel, (in memoria) o Pinheirinho, chegou quando ainda era Meira Matos e adotou o município como sua cidade de coração
Importante personagem na história de Aparecida do Rio Negro, o ex-prefeito Sebastião Pinheiro Maciel (in memoria), além de ter sido gestor ainda contribuiu muito durante a emancipação do então Meira Matos, tendo inclusive redigido a Lei Orgânica de Aparecida e participado de todo o processo legal no início do município.
Chegou a Meira Matos ainda no fim dos anos 70, como conta sua ex-esposa Carmelita Tavares, já que o ex-gestor faleceu em 10 de abril de 2009. “Pinheiro morava em Goiânia e conhecia seu Geraldo Bernardes, que trouxe ele pra mostrar terras pra ele comprar. Nessa época a gente se conheceu e nos casamos”, relatou.
Carmelita conta que o gosto pela política nasceu no Goiás. “Pinheiro foi vereador em Goiânia e gostava de política. Todo mês a gente vinha pra cá, cuidar da fazenda. Ele ainda disputou eleição para deputado em Goiás e perdeu, o que nos deixou em uma situação financeira difícil, pensamos em vender a fazenda, mas preferimos vir pra cá e mudamos para Miranorte, mas nossa vida era aqui, tudo o que a gente comprava era aqui em Aparecida. Desde Goiânia ele ajudava muito as pessoas, levava para fazer tratamento, ajudava os mais carentes”, contou.
Carmelita destaca que ter participado do processo de emancipação de Aparecida só aumentou o carinho e interesse de Pinheiro em contribuir com o município. “Acredito que essa relação aumentou mais quando ele redigiu a Lei Orgânica e participou de todo esse processo. Ele que incentivou José Eurico, ele que falava em Zezinho para a chapa”, apontou.
Início
Sebastião Pinheiro foi eleito em 1992, para o mandato de 1993 a 1996, tendo como vice Manoel Raimundo. Na época venceu com 75% dos votos válidos.
Ao falar das conquistas do ex-prefeito, Carmelita pontua, “quando a gente assumiu Aparecida não tinha nada, não tinha asfalto, só a praça. Fomos arregaçar as mangas e começar, era precário em tudo. Não havia verba como emendas para asfalto, então a gente cascalhava as ruas alugando máquinas com recurso da prefeitura.
Na época o governador, que era Moisés Avelino, era do lado adversário, então não tivemos o apoio do Estado, tudo o que se fazia era com recurso do FPM [Fundo de Participação dos Municípios]. Ele comprou o terreno e construiu a Câmara de Vereadores, fez o Colégio Luza Machado de Miranda na área de uma fábrica de farinha que nunca funcionou, depois os outros gestores foram ampliando e melhorando a escola. Foi adquirido um ônibus para a rede municipal, construído o Centro Social com biblioteca, curso de corte e costura, datilografia entre outros. Ainda construiu o Clube Recreativo com praia artificial na margem do Rio Negro, com barracas, quadra de vôlei de areia, nossa ideia era que esse fosse cartão postal da cidade”.
Outros avanços pontuados foram a conclusão do Posto de Saúde no setor Aeroporto, outro no setor São Domingos, uma ambulância, além da fábrica de roupas. “Alugamos um ponto comercial na praça, eu fui pra Goiânia, compramos máquinas industriais, compramos material e as pessoas que trabalhavam na prefeitura costuravam roupas que vendíamos a preço de custo só pra comprar o material novamente, para que as famílias carentes tivessem roupas de qualidade”, lembrou.
Em sua gestão, Pinheirinho ainda conseguiu viabilizar a telefonia em Aparecida, para que órgãos públicos e residências pudessem ter linhas telefônicas, construiu várias pontes de madeira na área rural e um poço artesiano para atender as pessoas que moravam na parte mais alta da cidade que sofriam sem acesso à água.
Relação com o povo
O ex-gestor sempre manteve uma relação muito próxima com a comunidade do município. “Ele gostava de estar no meio do povo, ele amava estar em Aparecida, tanto que antes de morrer escolheu aqui pra morar. Ele atendia as pessoas a qualquer hora, em qualquer lugar, botava o povo no carro dele, internava pessoas em Goiânia, deixava na casa de parentes, a casa era sempre cheia de gente, ele mantinha um vínculo muito forte com as pessoas, nunca vi isso em lugar nenhum”, pontuou.
Ao viver mais de 20 anos ao lado de Pinheirinho e acompanhar seu mandato de perto, Carmelita avaliou o legado deixado por ele. “Acho que ele deixou uma grande contribuição nas leis que ele fez, como Lei Orgânica que é a principal do município, ele fez um mandato próximo do povo, deixou sua família e filhos que ainda hoje residem aqui, deixou muitos amigos. Ele deixou uma grande marca em Aparecida”, destacou.
Apesar de ter se separado de Sebastião Pinheiro durante o seu mandato, Carmelita destacou que o carinho e respeito o sempre prevaleceram. “A gente se separou, mas sempre fomos amigos, cuidei dele e cuidaria até hoje se ele fosse vivo”, relatou emocionada.
Olhando pra trás, Carmelita acredita que se estivesse vivo, Pinheiro cobraria mais melhorias para a cidade. “Se ele fosse vivo estaria aí ajudando um ou outro, ele ia estar sempre cobrando, participando. Aparecida já melhorou bastante, o desenvolvimento veio pra perto”, concluiu.
Sebastião Pinheiro foi casado com Carmelita por 21 anos, com quem formou sua família com os filhos Henilton Roque, Braulio e o enteado Laercio.
Casou-se novamente com Rosária Rodrigues, com quem teve mais uma filha, Rana Rodrigues Maciel